24 de ago. de 2009

A Separação dos meus pais (ParteII)


O segundo motivo que dificultou lidar com a separação deles foi o fato da minha mãe não ter aceitado a separação e transferiu sua mágoa e frustação a seus filhos, era proibido tocarmos o nome dele (pai) em casa e se falássemos qualquer coisa a favor dele, era briga para o dia inteiro, ninguém nunca terá idéia do que eu passei, de repente me vi sozinha no mundo, minha mãe saindo quase todas as noites e chegando embriagada gritando e chorando, muitas mães escondem que estão com problemas dos filhos, muitas mães choram escondido para não preocupá-los, muitas mães na verdade querem tomar para si os problemas dos filhos, a minha mãe definitivamente não é uma delas.
Nessas saídas a minha mãe conheceu um homem, ele bebia igual ela ou até mais que ela e após umas visitas ele já estava morando em casa, não é difícil imaginar que os meus problemas dobraram, agora além de lidar com a minha mãe chegando sempre embriagada eu presenciava as brigas diárias dela com o seu novo companheiro. Por esse motivo minhas brigas com ele também passaram a ser diárias eu brigava com ele para defendê-la e ela brigava comigo por eu ter brigado com ele. Quando eu falo que tive todas e as melhores desculpas eu realmente as tive mas apesar de todos esses problemas após fazer o curso de informática, abriram inscrições para cursos profissionalizantes gratuitos no Florestan Fernandes eu me inscrevi para Auxiliar Administrativo e passei, eu estudava na escola das 7 às 12hs depois ia para o Florestan das 13 às 17hs de segunda a quinta...

15 de ago. de 2009

A Separação dos meus pais (ParteI)


Aos meus quinze anos presenciei a separação dos meus pais, não foi nada fácil lidar com a separação deles primeiro porque o meu pai era o centro da minha vida, na verdade ele era a minha segurança real até então e eu dependia dele não só no sentido financeiro mais também no lado emocional, ao lado dele eu podia ser filha ao deitar em seu colo eu sentia que estava protegida do mundo, minha mãe continuava a tomar as suas cervejinhas e estava cada vez mais difícil a nossa convivência por isso quando meu pai falou que iria se separar da minha mãe no mesmo momento falei que eu iria com ele pois eu não queria ficar com a minha mãe, mas se eu fosse com ele, ele acharia justo vender a casa e dividir o dinheiro pois ele ficaria comigo e meu irmão com ela, não foi fácil mas após raciocinar optei por ficar com a minha mãe, pois o meu pai já estava conhecendo uma outra pessoa e eu não sabia como seria nosso relacionamento e também não aguentava mais ouvir a minha mãe embriagada falando neste assunto de venda da casa, ela dizia “além de ir embora, ele quer deixar os filhos na rua” a minha mãe sempre teve vocação para inverter as coisas, chamei o meu pai e comuniquei a ele a minha decisão ele falou que tudo bem e que neste caso iria levar apenas o microondas, a cama e o carro...

14 de ago. de 2009

Primeiro Objetivo


Com treze anos meu pai havia ganhado uma máquina de escrever novinha. Enquanto ela estava em casa montei um escritoriozinho (escrevia apenas poemas), meu pai encontrou um comprador para a máquina pois na verdade eu não a utilizava para grandes coisas. Iniciou-se o poder da atração passei a ter como objetivo TRABALHAR EM UM ESCRITÓRIO (não citava empresa, quanto eu iria ganhar, só falava isso vou trabalhar em um escritório)
Comecei a ouvir os “adultos” comentando sobre a nova necessidade para conseguir um emprego, ter um curso de informática, meu pai com todo seu esforço começou a pagar um curso de infromática p´ra mim.

Na escola eu estava muito longe de ser a popular, era a gordinha, feinha, pobre e de poucos amigos, pois tinha uma cara fechada que dava medo rs, porém, os poucos que ousavam se aproximar conheciam a Silvana amiga, humilde, brincalhona e de bem com a vida. O lado bom disso tudo é que não havia nada que tirasse meu foco, eu ia para a escola para estudar e estudava muito, eu sabia o que queria, mesmo assim não abria mão de participar dos campeonatos de futsal, eu sempre amei jogar bola, jogava na rua e na quadra perto de casa com os amiguinhos e participava dos campeonatos da escola, no colégio fiz poucos, porém, verdadeiros amigos, alguns levo comigo em meu coração outros tenho contato até hoje, seria injusto eu citar nomes, eu poderia esquecer de alguém mais ao mesmo tempo acho mais injusto não citar, Gisele Borsato e Érika permanecem comigo até hoje, a Leila continua em meu coração, apesar de não vê-la muito a Maria Aldelúcia sumiu mas como vêem não a esqueço, pois foi muito importante para mim, é claro que tem outras pessoas que se tornaram amigas depois que terminou a escola e podemos nos conhecer melhor, mas que na hora oportuna serão citadas. A minha mãe odiava me ver jogando bola no meio da molecada, eu por minha vez gostava tanto que realmente pensei em abrir mão dos estudos para me dedicar a uma carreira, mas o futebol feminino até então não tinha nenhum destaque, eu estava ficando mocinha e teria de fazer uma escolha pois continuar jogando na rua já não caia tão bem, decidi deixa de lado o futebol e passei a me dedicar somente aos estudos...

2 de ago. de 2009

Meu primeiro ano escolar


Na primeira série escolar com sete anos eu ia até a metade do caminho e voltava pra casa, até mesmo quando o meu pai que na época não tinha habilitação emprestava seu carro (fuscão rs) para um amigo habilitado me levar, cada dia eu "matava" um parente da professora até que a minha mãe estava indo trabalhar e se encontrou com uma amiga mãe de uma colega de classe e comentou com ela: “Sua filha não vai pra escola e ainda leva os amiguinhos juntos” ela disse isso porque enquanto voltava para casa eu ia falando para quem encontrava na rua que não tinha aula. Minha mãe voltou pra casa e me levou na escola, estava tendo aula, a professora mostrou o meu diário era setembro e eu praticamente não tinha presença nem no mês anterior e poucas presenças no mês atual...minha professora Lúcia falou para a minha mãe que teria grandes chances de repetir de ano por falta, quando eu ouvi aquelas palavras eu senti como se uma montanha estivesse desabando em minha direção, chegamos em casa a minha mãe me levou para o quarto dela e do meu pai, ele estava dormindo pois sempre trabalhou de noite ela o acordou e disse todo o ocorrido desde o encontro com sua amiga sentido o trabalho até a conversa com a minha professora, eles trocaram poucas palavras entre si enquanto eu estava sentada na ponta da cama deles, não lembro sobre o que conversaram...meu pai perguntou o porquê eu não estava indo a escola. Quando eu ia para a escola eu me sentia muito sozinha, sentia um vazio, e um medo muito estranho de perde o meu pai, eu mal chagava na escola sentia saudade, falta dele...após explicar o que sentia meu pai me disse que eu poderia ir à escola tranqüila pois ele iria ficar bem e que eu nunca iria perdê-lo...Chegou o final do ano. Eu passei de ano e decidi que estudar seria o meu passaporte para uma vida financeira melhor.